quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O dia que eu voltei para Cherokee

Entre 2005 e 2006 eu fiz um intercâmbio de experiência de trabalho em um cassino nos Estados Unidos. A cidade que a agência me mandou foi Cherokee, na Carolina no Norte. Nunca ouviu falar, né? Pois eu também nunca tinha ouvido falar! 


(Foto tirada na época do intercâmbio)

Na época foi bem difícil chegar lá, desembarquei nos EUA em Miami, lá  de cara já conheci 2 das 4 pessoas que se tornariam uma família pra mim (mas eu ainda não sabia). De Miami fomos para Charlotte, Carolina do Norte. Lá conheci uma guria com jeito marrento que também veio a ser uma irmã pra mim em tempo recorde (primeiras impressões podem ser totalmente erradas!). De Charlotte fomos de táxi para Cherokee, foram 4 horas e naquela época não tinha GPS (ou se tinha o motorista não tinha), nos perdemos no caminho e chegamos de madrugada na Smokey Mountain Cabins, os donos ficaram bem bravos com a gente por causa do horário! Mas conseguimos uma cabana. No dia seguinte recebemos a visita de uns brasileiros que estavam hospedados na cabana ao lado, eles nos deram café da manhã e nos explicaram que essa era a tradição que os brasileiros criaram, sempre que chegava gente nova, os últimos que tinham chegado deveriam providenciar a primeira refeição para os recém chegados. Até porque o Food Lion (único mercado da cidade) era bem longe dali. Assim foi criada a nossa comunidade brasileira, com mais ou menos 60 pessoas. 



(Foto tirada na época do intercâmbio)

Nós não tínhamos carro, então íamos para o trabalho de carona ou a pé mesmo (a cidade supostamente tinha um transporte, um ônibus que eles chamavam de Transit, ligávamos para o Transit mas ele quase nunca aparecia). 


A pé levávamos em torno de 40 minutos, numa estrada sem acostamento, sinistra e no inverno! Coragem! 


(Foto tirada na época do intercâmbio)

O trabalho em si era bem pesado, não era bom de fazer, mas foi uma das experiências mais incríveis da minha vida por causa das pessoas que eu conheci e da comunidade que nós construímos. Ninguém tinha celular e o único acesso a internet era uma lan-house que ficava há 2 horas de caminhada de onde morávamos. Então fazíamos festas, jantares, confraternizações uns nas casas dos outros.

 
 (Fotos tiradas na época do intercâmbio)

Depois que voltamos para o Brasil conseguimos reunir algumas pessoas para nossos encontros de Cheroka, claro que com o passar dos anos esses encontros foram ficando cada vez mais difíceis porque muita gente casou, teve filhos, se mudou, enfim coisas da vida. Mas sempre que a gente se encontra é muito bom! <3

Cherokee hoje



Eu sempre tive vontade de voltar lá, relembrar aquela época tão boa. Muita coisa mudou ao longo desses anos. O cassino, por exemplo, está 3 vezes maior e o hotel tem uma torre nova.

(2017)

As cabanas estão abandonadas! Não sei o que aconteceu, se o negócio faliu ou outra coisa. Confesso que deu uma tristeza ver um lugar cheio de lembranças boas abandonado. 

(2017)

 
(2005/2006)  

(2017)


(2005/2006)    

(2017)




O Selu, restaurante que eu trabalhava está completamente diferente, eles aumentaram e está tão irreconhecível que eu demorei para encontrar ele.

(Foto tirada na época do intercâmbio)

Os uniformes continuam iguais, só mudou a cor da camisa (tá, eu sei que as pessoas estão de costas, mas eu vi pessoalmente, então acreditem!).

                 
                  (2005/2006)                                                     (2017)




Dia de folga era dia de ir ao Food Lion fazer compras e lavar roupa na lavanderia.

(2017)


O Food Lion ainda está lá no mesmo lugar, a lavanderia não.

Foi bom voltar? Foi! Sem dúvidas foi uma mistura de sentimentos como nostalgia, saudade, tristeza, lembranças...
Ainda pretendo voltar outras vezes, quem sabe com alguém que também tenha ido (hein? galera! eu ouvi encontro em Cheroka?)

Beijos da Clá!

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